segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ode Descontínua e Remota

A gente vem sempre postando aqui textos, poemas, músicas e coisas lindas sobre o amor.
Perdas, reenncontros, vivências... Mas o que seria um grande amor sem a tristeza que lhe cerca?

Quando se junta a história de um grande amor impossível a uma bela e linda música, o resultado é uma linda Ode. A exautação a um amor, puro, delicioso e cruel.

Hilda Hilst, escreveu uma Ode para exautar o amor de Dionísio e Ariana (um dos capítulos do livro: Júbilo Nocivado da Paixão), um amor impossível. Que no decorrer da parceria com Zeca Baleiro, viu-se que era uma auto-biografia, doce, delicada e intíma. O desabafo de Ariana por não ter Dionísio a seu lado.

Zeca Baleiro selecionou as principais vozes femininas da música, aquelas que ao cantar, transpareceriam a dor e amor de Ariana.
Líricas, as músicas fazem o ouvinte entrar em um ambiente que não lhe pertence. A mágica da literatura! Transportando seu leitor ao universo puro de um desabafo amoroso ou o desespero da presença ausente do ser amado.


A produção de Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé. De Ariana para Dionísio levou dois anos para ficar pronta. Mas Hilda não conseguiu ver sua Ode completa em música, faleceu em fevereiro de 2004.

Eternizada na voz de Mônica Salmaso, Olívia Byington, Zélia Duncan, Ná Ozzetti, Ângela Ro Ro, Jussara Silveira, Maria Bethânia, Verônica Sabino, Rita Ribeiro e Ângela Maria, as dez canções, nos apresentam Ariana e sua dor.

Os poemas e a entrevista de Zeca Baleiro falando um pouco mais da obra aqui!

Um ótimo café!

Um comentário:

  1. Ode descontínua... é, sem dúvida, um dos momentos mais apaixonadamente líricos do nosso cancioneiro popular. É uma prova inconteste de que se pode, a partir de textos bem elaborados, se construir uma música de altíssima qualidade. Gosto de todos os números que compõem o CD. As intérpretes, cada qual com a sua especificidade, cada qual no seu estilo, incorporam e dão vida a esse amor tão impossível quanto plausível... Há um misto de realização no amor feito de incompletude... O amor, se verdadeiro, é sempre platônico, fica restrito à área dos desejos, portanto, quase sempre inalcançável. A crítica privilegiou a interpretação de Ângela Ro Ro e desprestigiou, de certa forma, a de Ângela Maria. Ambas, no entanto, estão soberbas... São expressões legítimas de momentos diferenciados tanto na vida, como no ato de dar voz a sentimentos...
    Que bom que tenhamos, em meio a esse vendaval de futilidades que assola a vida musical contemporânea, textos musicais e poéticos com essa qualidade...
    Joel Cardoso

    ResponderExcluir