segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Dedicado a Amy Winehouse



Esse texto é um dos que guardo com orgulho. Um, sobre a diva Amy Winehouse. Dois, foi o primeiro texto para a coluna Encontro & Café na revista Cachoeiro Cult... Que está recheada de coisa boa. Literatura, Cinema, Teatro, Música e mais um montaããããão de coisa. Corre na banca e compra!

Em 2007, chega às lojas do mundo o cd Back to Black, com um poder negro, musicalidade dos jazzistas do gueto, voz e sentimento de Ella Fitzgerald e Billie Holiday. Mas, para nossa surpresa, a dona da voz era branca.

A trajetória de Amy foi marcada pela decadência de seus atos, vícios, brigas conjugais e as bebedeiras insanas, mas não podemos negar o talento que ela tinha.

Desde pequena, Amy já tinha a música como a primeira e única paixão na vida. Cresceu ao som de Sinatra, incentivada pelo pai. Estudou nas principais escolas de artes e música de Londres. Com seu espírito “livre” e “caótico”, encantava a quem estivesse perto. Sempre sincera, dizia o que queria e nunca escondeu suas malandragens.

Suas músicas são a tradução de tudo o que vivia. São intensas, fortes, tristes e encantadoras de lindas. Ela dizia: “passo pra música o que realmente sinto e o que aconteceu em dado momento, se isso incomoda você, você não está preparado para ouvir minha música”.

Ela nunca esperou a fama, fazia música. Um dia, explodiu. Ela não soube lidar com o sucesso e seu talento pagou o preço: conhecemos Amy por sua vida “desregrada” e não pela música.

Mas não podemos negar que o mundo POP que conhecemos estava mesmo precisando de alguém com peito pra assumir o que fazia e não ficar no papel de “sou bom moço, não faço isso”. Desde os áureos anos 60 e 70, que nos foram apresentados os maiores ídolos do rock e pop internacional, não vemos alguém irreverente assim. Não estou dizendo que devemos ser libertinos e sair seguindo o exemplo de tais ícones, mas o talento deles se deu pelo que eles faziam: música de qualidade, o resto era resto. O que vemos hoje é uma leva de “mocinhas da mamãe” que não têm um pingo de talento.

Amy trouxe um som esquecido pela maioria à tona. O Soul, o R&B, um FUNK do tipo James Brown, o hip hop e o JAZZ tradicional. Poucos eram os jovens da minha idade que se interessavam por um som assim. Amy resgatou isso e tornou acessível ao mundo.

Em sua homenagem, este mês, chega às lojas o cd: Lioness Hidden Treasures. Compilação de trabalhos que não foram divulgados, ele contará com faixas clássicas como: “Garota de Ipanema”, “A Song For You”, “Will You Still Love Me Tomorrow”.

Sua voz rouca, triste, gélida, banhada a vodka e tequila não mais cantará. Fica aqui a minha homenagem a uma das mulheres da minha geração a que respeito muito pelo talento que tinha.

O site sonora (do portal Terra) diponibilizou para ouvir grátis o novo cd e o documentário póstumo "The Final Goodbye" que fala da trajetória de vida da cantora até o momento da trágica notícia de sua morte. Uma homenagem muito legal.

Aqui, você faz o download do novo cd.
Aqui, uma lista dos vídeos mais legais dela.


Um ótimo café.

Um comentário:

  1. Ela foi consumida pela arte e pela sua demasiada humanidade. A música dela me fascina!

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