sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A música é deles

Eu tô sumida, sorry.
Correria da vida gente, mas cá estou eu, hoje, com Gustavo Ribeiro e a matéria que foi publicada no jornal Aqui Notícias para o Dia do Compositor.



Hoje é dia do compositor, saiba o que eles pensam sobre a arte de compor uma canção


Você hoje, mesmo que por alguns segundos ouviu uma música, ou passou por alguém cantando, e talvez até tenha se lembrado da letra de alguma canção. A música está intrínseca em todos nós, não importa o ritmo, a letra, mas o fundamental é nos tocar de alguma forma. Mas com certeza você já parou e se perguntou: quem será que escreveu essa música?

Pois é, nem sempre quem canta é quem escreve as músicas. Em Cachoeiro, temos exemplos de vários compositores, como cita Arnoldo Silva, que é um deles. “Existem grandes nomes como Raul Sampaio, Sérgio Sampaio, Edson Ribeiro, Marly Barretos e alguns outros”. Arnoldo acredita que para se compor uma boa música é preciso inspiração. “Uma boa canção é escrita com inspiração, e ela deve vir acompanha de algum tema. Existe uma diferença entre a composição de uma música comum, onde você tem uma tema livre, e as que são escritas para sambas-enredos, por exemplo”, contou. 

Ele, que já recebeu 14 premiações por seus sambas-enredos, explicou que quando se escreve um, o compositor deve ficar atento a detalhes que são exigidos pelo gênero, palavras que devem aparecer, entre outras coisas. Além das premiações, o cantor e compositor cachoeirense tem mais de 197 músicas gravadas por outros artistas. 

“O compositor é a pessoa que se inspira em qualquer coisa, situação e transforma isso em poesia”, disse Arnoldo. Entre os cachoeirenses que tiveram suas músicas cantadas por Roberto Carlos, está Edson Ribeiro, que escreveu canções como “Aquele beijo que te dei”, “Custe o que custar”,  “O astronauta” e “Agora eu sei”.

Raul Sampaio, que atualmente vive em Marataízes, é o compositor do hino da cidade de Cachoeiro. Ele escreveu a música “Meu Pequeno Cachoeiro”, que também foi gravado por Roberto. Outro Sampaio, que teve suas composições tocadas em várias rádios do Brasil, foi Sérgio Sampaio. Um de seus maiores sucessos é a música “Eu quero é botar meu bloco na rua”, da qual ele muitas vezes se recusou a cantar, desejando não ser conhecido como artista de uma música só.

Eles preferem cantar as próprias composições

Para o cantor e compositor da banda Du Black, Lucas Arruda, o cantor que compõe e interpreta sua música fica mais autêntico. “Fica mais fácil a interpretação quando você canta sua própria música. Não é necessário se vestir de nenhum personagem, pois muitas vezes você está cantando algo que realmente aconteceu com você. É a sua verdade. Isso, claro, sem desmerecer os grandes intérpretes, mas particularmente me sinto muito mais confortável cantando minhas próprias músicas”, disse Lucas.

Já para Thiago Soares, da banda de Reggae Alldeia, que está finalizando o primeiro CD com músicas compostas pelos integrantes, o compositor deve se atentar ao conteúdo expresso. “Acredito que uma música bem composta tem um enorme potencial no que diz respeito aos sentimentos que ela transmite. Algumas derramam lágrimas, outras sorrisos, remetem a vivências passadas, outros a coisas que ainda nem vivemos, algumas nos deprimem outras nos motivam a viver. Acho que o mais importante de uma música são os sentimentos, as sensações e além de tudo, ela também pode ser usada no processo socioeducativo como na preservação de culturas, costumes, criação do senso crítico, etc. Enfim, a música é algo intangível, mas que tem a magia de tocar os mais nobres sentimentos da alma”, citou.

“Uma boa composição pode ter vários aspectos! A beleza da composição está muito no seu papel dentro do contexto musical, social e etc! Por exemplo, uma canção de protesto não precisa necessariamente de uma harmonia complexa e uma melodia intrincada pois sua mensagem está fundamentalmente na letra. Por outro lado existem belíssimas canções instrumentais onde a letra não se faz necessária. Não acho que exista uma fórmula ou receita. Acho que se a composição é honesta, sempre vai haver alguém disposto a ouvi-la”, afirmou Lucas.

Para Thiago, atualmente, se destacam as composições que estão na moda, mas isso não significa que compositores de outros gêneros não estão  escrevendo. “O estado possui ótimos compositores que abordam os mais diversos temas, mas acredito que a “música livre” está um pouco suprimida, devido à grande onda do Sertanejo Universitário que tem tomado grande espaço nas mídias, dessa forma a visibilidade dos compositores capixabas tem diminuído, mas isso não quer dizer que estes não estejam na ativa, apenas esperando o momento certo para que suas composições tenham visibilidade”.

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