sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Sim... Era você!


Precisava daqueles momentos, e naquele instante foi tudo que pude fazer. Era madrugada. Inquieto no quarto, cheguei a cogitar a possibilidade de te ligar... ouvir a sua voz me aqueceria.
Não tinha sua voz, não tinha coragem de buscar sua voz, algo em vão não era o que precisava naquele momento. Coloquei um casaco, um maço de cigarros no bolso e saí. O vento noturno do mês de julho, meu pensamento voltou logo para aqueles anos. Passado. Precisava de algo real. Presente.
Andei sem destino sabendo que não chegaria a lugar nenhum, quando me deparei com ela. Passou por mim como se não tivesse percebido minha presença.
Um perfume me invadiu, fui atrás dela, mas já não sabia onde tinha ido. A porta aberta me convidou para uma bebida. Um conhaque, por favor.., enquanto o cigarro ia queimando nos meus dedos me dei conta de que o tempo tinha passado. Outro conhaque. Agora o frio já não era tão cortante.
Era chegada a hora de voltar para casa, as pernas estremecidas, ora por frio, ora por nervosismo, ora por efeito do álcool (que nessa hora já passava do sexto copo). Eis que ao fechar os olhos e uma rápida passada de mãos pelos cabelos, o mesmo perfume invade o bar. Por todos os cantos procuro... a porta se fecha.
Saio meio cambaleando, procurando a direção. Nada.
Eu que procurava algo real, terminava a noite com mais uma ilusão e um perfume inconfundível que dilacera meu coração.
Sim... era você!


Por Lemisson

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