Perdas, reenncontros, vivências... Mas o que seria um grande amor sem a tristeza que lhe cerca?
Quando se junta a história de um grande amor impossível a uma bela e linda música, o resultado é uma linda Ode. A exautação a um amor, puro, delicioso e cruel.
Hilda Hilst, escreveu uma Ode para exautar o amor de Dionísio e Ariana (um dos capítulos do livro: Júbilo Nocivado da Paixão), um amor impossível. Que no decorrer da parceria com Zeca Baleiro, viu-se que era uma auto-biografia, doce, delicada e intíma. O desabafo de Ariana por não ter Dionísio a seu lado.
Zeca Baleiro selecionou as principais vozes femininas da música, aquelas que ao cantar, transpareceriam a dor e amor de Ariana.
Líricas, as músicas fazem o ouvinte entrar em um ambiente que não lhe pertence. A mágica da literatura! Transportando seu leitor ao universo puro de um desabafo amoroso ou o desespero da presença ausente do ser amado.
Eternizada na voz de Mônica Salmaso, Olívia Byington, Zélia Duncan, Ná Ozzetti, Ângela Ro Ro, Jussara Silveira, Maria Bethânia, Verônica Sabino, Rita Ribeiro e Ângela Maria, as dez canções, nos apresentam Ariana e sua dor.
Os poemas e a entrevista de Zeca Baleiro falando um pouco mais da obra aqui!
Um ótimo café!
Ode descontínua... é, sem dúvida, um dos momentos mais apaixonadamente líricos do nosso cancioneiro popular. É uma prova inconteste de que se pode, a partir de textos bem elaborados, se construir uma música de altíssima qualidade. Gosto de todos os números que compõem o CD. As intérpretes, cada qual com a sua especificidade, cada qual no seu estilo, incorporam e dão vida a esse amor tão impossível quanto plausível... Há um misto de realização no amor feito de incompletude... O amor, se verdadeiro, é sempre platônico, fica restrito à área dos desejos, portanto, quase sempre inalcançável. A crítica privilegiou a interpretação de Ângela Ro Ro e desprestigiou, de certa forma, a de Ângela Maria. Ambas, no entanto, estão soberbas... São expressões legítimas de momentos diferenciados tanto na vida, como no ato de dar voz a sentimentos...
ResponderExcluirQue bom que tenhamos, em meio a esse vendaval de futilidades que assola a vida musical contemporânea, textos musicais e poéticos com essa qualidade...
Joel Cardoso